Consciência negra é trabalhada com os jovens do ILBJ

No mês em que comemora
o Dia da Consciência Negra, novembro, o Instituto Luciano Barreto Júnior (ILBJ)
realizou o projeto Gente: cor, ginga e sabores com o objetivo de desenvolver a
percepção da presença africana em nosso povo e nos diversos aspectos da vida
cotidiana. Explorar elementos da cultura africana e afro brasileira; trabalhar
a história dos povos africanos, dando ênfase aos povos que chegaram ao Brasil e
reconhecer que nem todo negro foi escravo e que
nem todo escravo era negro foram alguns dos temas tratados nas duas semanas de
projeto.

A iniciativa reuniu os
mais de mil jovens que participam do projeto âncora do ILBJ que é o ‘Conectando
com a Vida’. “Esse projeto com a temática da consciência negra é importante,
pois conscientiza os jovens e adolescentes em estado de vulnerabilidade social,
muitas vezes são discriminados por ter a pele negra, que ter a cor da pele
escura não quer dizer que ele é menos importante do que aquele que tem o tom da
pele mais clara. Muitas vezes quem tem a pele branca também é negro, pois tem
em sua origem genealógica a herança negra”, afirmou a coordenadora pedagógica
da instituição, Jacilene Andrade.

Em 2012 o instituto fez
algumas mudanças na metodologia e uma delas é a criação de projetos que
tivessem relevância pedagógica para os adolescentes. “Nós trabalhamos com o
desenvolvimento de projetos. Esse é um diferencial da instituição em relação a
qualquer instituição regular e formal de ensino e projetos sociais. Antes
trabalhávamos a consciência negra de uma forma mais direcionada, apenas em uma
disciplina que era a de Cidadania e Trabalho. Como precisávamos de algo que
estimulassem os jovens e que desse uma visão mais geral sobre o negro na
sociedade, resolvemos colocar como um projeto de encerramento do último módulo
deste ano”, explicou a coordenadora pedagógica.

A mudança nos jovens em
relação à valorização e o respeito com o próximo é o ponto perceptível de forma
imediata após o término do projeto. “Trouxemos algumas palestras para que eles
se aprofundassem mais no assunto. Prova disso, foi a palestra do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) que esclareceu uma questão importante de que
as pessoas hoje se dizem negro porque querem fazer parte de uma classe que está
tentando recuperar as perdas sociais ao longo da história. Mas não é somente
isso, o negro tem que se valorizar como humano e como pessoa independente de
qualquer coisa”, ressaltou Jacilene Andrade.

O projeto Gente: cor,
ginga e sabores contou com atividades como apresentações artísticas, shows,
apresentação de filmes, stands temáticos e desfile da beleza negra masculina e
feminina. “Podemos perceber durante o desenvolvimento da atividade o prazer em
que muitos têm de se assumirem negros. Isso foi comprovado no desfile realizado
para a escolha da beleza negra ILBJ. Tivemos adolescentes de pele branca, mas
que desfilaram por possuírem características negras”, disse a coordenadora.

O Instituto Luciano
Barreto Júnior tem em seu projeto institucional os princípios pedagógicos de aprender
a aprender, aprender a ser, aprender a fazer, aprender a conviver. “Durante o
projeto, o jovem precisa colocar em prática aquilo que ele aprendeu e não ficar
somente no papel. Fazer com que os adolescentes tenham uma prática e uma
vivência daquilo que leu e que precisou pesquisar vai ajudá-lo a assimilar
muito mais rápido o conteúdo”, assegurou Jacilene Andrade.