Inclusão através da Oficina de LIBRAS
O ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) está mais frequente no Brasil. Esse fenômeno surge por dois motivos: a Libras é a segunda língua oficial do Brasil e pela ampliação da inclusão da pessoa surda na sociedade atual. A partir do contato com a língua é possível observar a riqueza de conhecimento contida na aprendizagem do surdo, constatar as dificuldades que os mesmos encontram na comunicação em um mundo predominantemente ouvinte. A Libras é o instrumento fundamental para o desenvolvimento e inserção do surdo na sociedade.Alcançando o objetivo de promover a inclusão social e de contribuir para o desenvolvimento humano de adolescentes e jovens, o Instituto Luciano Barreto Júnior (ILBJ), responsabilidade social da Construtora Celi, possui desde 2012 a oficina de Libras. Já no ano de 2013 o curso recebeu a formatação de três níveis básicos com um total de 120 horas/aula.Assim como o Português, a Libras tem suas características semânticas, sintáticas e linguísticas. Por ser uma língua visual/espacial é adquirida sem dificuldades pelas pessoas surdas. Ter a formação em Libras dá aos ouvintes a possibilidade da comunicação efetiva com o surdo, além de ampliar as possibilidades no mundo do trabalho.“Para os nossos jovens o ensino de Libras tem como importância a inserção no mercado de trabalho e também a sensibilidade em olhar o surdo como um cidadão com direitos e deveres e não como um deficiente incapaz de conquistar os espaços e oportunidades. Avalio o crescimento no ensino da Libras com um olhar otimista, tendo em vista que, pouco tempo atrás nem falava em inclusão. Ainda há muito para conquistar, mas vejo os surdos inseridos em instituições de ensino (com interpretes para mediar e facilitar a comunicação), mercado de trabalho e na sociedade em geral”, afirmou a educadora social de Libras, Gilmara Menezes.
Bons frutosA oficina de Libras do ILBJ consegue acender a sede de conhecimento de alguns adolescentes e jovens em relação a Língua Brasileira de Sinais. É o caso da aluna Rayane Santos que após fazer a oficina decidiu dar continuidade a seus estudos fazendo um curso de extenção na Universidade Federal de Sergipe.“Depois de descobrir minha desenvoltura com a língua de sinais, corri atrás de pessoas surdas, informações e outros que me levassem a ela. Concluindo as três fases da oficina, já estava convicta do quanto eu queria aprofundar meu conhecimento nessa área. Não foi fácil, aos poucos fui percebendo uma didática diferenciada, eu precisava estudar mais sobre a cultura surda. É preciso entende os mecanismos de aprendizagem, já que os recursos são distintos. Por fim, ressalto que inclusão do surdo é uma grande conquista histórica, se pensarmos que antigamente eles não tinham nem direito a frequentar a escola. Logo, torço que a relação entre o surdo e o ouvinte cresça ainda mais”, ressalta a jovem.Rayane também manda um recado para os adolescentes e jovens do Conectando com a Vida 2017 e para os futuros educandos do projeto. “Precisamos deletar a ideia de que só o surdo tem que aprender LIBRAS. Algumas pessoas por desinformação pensam que a língua de sinais é composta por gestos ou mímica. É necessário entender que apesar de um português diferenciado, eles se comunicam da mesma forma de nós ouvintes. É de suma importância que se aprenda um pouco do que é LIBRAS, pois se não houver uma maior inclusão dos surdos na sociedade, os surdos continuarão fechados num mundo próprio. Sem contar que em diversos ambientes podemos encontrar um surdo, imagina o quão gratificante seria para o surdo se comunicar, receber informações, ser ajudado em sua língua? ”, observou Rayane Santos.